Se você leu primeiro o título em epígrafe e não o seu conteúdo, é possível que lhe tenha soado como um certo tom de pedantismo escolástico ou com um certo ar professoral de um enciclopedista. Na verdade, se o fiz, foi exatamente porque tem sido o meu próprio caminho para mundo do saber. Sou uma pessoa muito limitada. Aprendi a ler aos nove anos de idade. Talvez, devido a uma hiperativivdade ou, ainda, quem sabe, por uma taquicinesia qualquer. Aprendi mais tarde a gostar de ler e me afeiçoei às riquezas idiossincráticas dos fonemas do nosso vernáculo e das de outras sonografias étnicas.
Portanto, muito mais do "dar uma aula", quero tão somente facilitar, talvez, a sua caminhada no longo e pedregoso caminho do saber. Creio que o mais ignaro dos homens é aquele que nunca se perguntou porquê ainda não sabe; ou aquele que pensa que o que ele é sabe é tudo que todo mundo necessitaria saber. Conhecer é ralacionar-se; relacionar-se com seres humanos, animais e com coisas inanimadas. Algumas "são" e outras somente "estão" lá; tanto aquelas como estas são dotadas de conteúdos riquíssimos que esperam de "braços abertos" o nosso refrescante mergulho para, depois, então, sairmos de lá encharcados e lambuzados do "novo saber".
Para tanto, contudo, necessitamos dilatar os nossos sentimentos. Só raciocinamos sobre aquilo que nos chama atenção; então, o quanto mais formos dispertos para movimentos "estranhos" (desconhecidos) dos homens, da natureza, dos fatos históricos quanto mais teremos que criar novos caminhos, para novas sinapses.Esse "movimento emocional" (inteligência emocional) nos levará peremptoriamente ao "movimento racional" (inteligência racional ou analítica).
Ainda há, sem dúvida, o saber do mundo da arte, da criação, das genialidades (inteligência espiritual). Até isso podemos "aprender". Geralmente esses "insights" (e isso tenho ouvido em muitos depoimentos desses gênios) "aparecem" depois de grande tensão na busca de um saber desconhecido. É na "tensão" - e somente na "tensão" - é que as ideias aparecem, só que difusas e desconectadas; novas, mas assimétricas. Como o esgotamento é intenso, a mente é "obrigada" a repousar (relaxar) e é aí - exatamente aí, no ócium - que, o que já existe como essência, assume a forma de existência consciente. Ou seja, o trablho do gênio se distribui assim: noventa por cento de "transpiração" e dez por cento de "inspiração". Talvez você não possa ser um gênio, mas poderá, pelo menos, copiá-lo; então você o será.
Depois deste breve enunciado, vamos às dicas:
1. Comece a ler e a se interessar por coisas e assuntos que estão além de sua compreensão.
No começo a sua apreensão será mínima para depois, então, essas mínimas partes que vão se ajuntado, a medida que você repete o exercício, formam um dégradé e, logo, o conhecemento "brotará" sem nenhum aviso ou "ordem" objetiva, como um mosaico integrado;
2 Só esse novo conhecimento poderá levá-lo a outros novos saberes, reservados somente aos "iluminados";
3. Comece a observar e a memorizar o modo que aquela (s) pessoa (S) que você julga inteligente enxerga e explica coisas, fatos, acontecimentos e costura seus ideais;
Quase sempre ele enxerga com eloquência e grita com os seus olhos.
3. O gozo de aprender só existe no conhecimento do novo, aquele que não está no nível de sua compreensâo imediata; essa compreensão imediata é um privilégio das inteligências "in natura";
4. Amplie seu vocabulário porque uma boa linguagem vernacular é, antes, intralinguagem.
O saber só é verdeiramente compreensível quando o seu portador o explica a si mesmo pela intralinguagem. Somente as suas palavras podem convencer o falante que ele tem razão.
5. Todo conhecimento do sujeito quer explicar aquilo que, no máximo, existe de real no objeto; quer ver, explicar, sentir o objeto dentro de si para depois, então, "vomitá-lo" para o fora de si, onde o conhecimento lhe é autoexplicado;
6. Use instrumentos (microscópio, computadores, por exemplo) para uma boa propedêutica; eles lhe forçarão a aprofundar e ampliar os seus "insights";
7. Veja os nomes dados às coisas não só como nomes e, sim, como tipologias;
Ex.: Quando a palvra "homem" é lançada, a que ou em que contexto, esse "homem" está preso? Em que saber ele é colocado? Em que área do conhecimento se referem a asse homem? O "homem" de Karl Marx não o mesmo "homem" de Freud ou de Buda, por assim dizer.
8. Enfim, só podemos compreender bem as coisas quando pudermos explicá-las bem.
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