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3.9.13

"OS POBRES, SEMPRE TENDES CONVOSCO"

Quando o assunto é pobreza, nem tudo que se houve é, de fato, como se espera. Muitos há, especialmente os demagogos de plantão, que querem auferir desse filão dividendos políticos, plutônicos e/ou ditatoriais.
 Olhando pela perspectiva macroeconômica - e é o que queremos focar aqui -, a divisão rico-pobre é eufêmica pois, o que, de fato, existe é a dialética da cristalização entre "sedutores-seduzidos" e "opressores-oprimidos".  Vendo assim, os pobres se constituem em uma poderosa massa de manobra para a manutenção do status quo de tantos megalomaníacos, ditadores, amantes do poder e avaros. A velha divisão rico-pobre toma, por este modo de ver, um novo colorido, mas que contempla a mesma realidade: Para que a sociedade se mantenha como tal o pobre TEM que existir.
A manobra para a sustentação da pobreza é o consumo. Os ricos (tanto quando se trata de  indivíduos quanto se trata de nações) devem produzir para o consumo dos pobres somente o excedente. Isso se dá a partir de um marketing projetado para a adulação e sedução daquele (o pobre) que vai consumir e pagar com tudo que tem o que é sobra do produtor. O imperialismo e o colonialismo nunca vendem riqueza, só aquilo que foi produzido como seu excedente para lhes garantir  ainda mais riqueza; e, por mais estranho que seja, são os pobres, exatamente eles, que trabalham no fabrico do excedente que eles mesmos, depois, serão obrigados a consumir. Essa exploração da pobreza é dupla: tanto quando ele fabrica como quando consome. Daí a importância do rico manter a excelência do nível de emprego, melhores salários (mas nunca parte da riqueza), manutenção de estoques abastecidos, excelência nas relações interempresariais (B2B), entregas de produtos pré-programadas (just in time): Mis-en-scène de um mercado orientado para a fossilização da pobreza.
A plutocracia é a forma de governo que colocou todos os outros ideais políticos, religiosos e filosóficos sob seus pés. A linguagem mercadológica é o discurso preferido de políticos, chefes de Estado, gestores públicos, religiosos, filósofos, palestrantes e profissionais em geral. Todos se renderam a Mamom.
Atributos como "estar nervoso", "em calmaria", "agressivo", próprios aos seres humanos, agora, é também aplicado ao Todo Poderoso MERCADO; e porque a coisa se tornou o ser e o ser, então, necessariamente virou uma coisa.
Não existe nenhuma razão humanamente plausível para a manutenção redundante da pobreza; se a riqueza quisesse  a pobreza seria aniquilada; só não o é pelo prazer sórdido   de ver crescer a sobra, o excedente e o reciclável para ALGUÉM consumir.

Cícero Brasil Ferraz
 
 
 


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