Qual é o grande legado de Cristo deixado para quem pratica a religião hebraico-cristã e, de algum modo, também, àqueles que professam alguma religião que tenha algum dogma ou pressuposto religioso manifesto através de alguma ordem litúrgica?
Confesso que esta abordagem será um tanto quanto simplista e até reducionista dada a complexidade do assunto. Nenhum terxto, mesmo que ad nausea, esgota-la-á. Mesmo assim, me arrisco aqui, fazer alguns levantamentos que, de alguma forma, poderão nos ajudar em algum estágio da nossa caminhada enquanto homo religiosus, enquanto seres movidos pelo imperativo da sacralidade; tipo daquele espírito que reinava em Atenas nos tempos bíblicos, quando Paulo de Tarso, ao visitar aquela cidade em uma missão evangelística, afirmou aos seus cidadãos:" ...em tudo vos vejo acentuadamente spersticiosos...", cheios de crendices teogônicas - literalmente, "supersticiosos".
Os protestantes históricos são herdeiros de uma tradição teológica, cultural e social inigualáveis. Mas, percebo, por outro lado, que a mesma teolgia dogmática que libertou os seus seguidores de tantas amarras do que era era falso dentro do cristianismo medieval é usada, agora, para impor um modelo carcerário de vivenciar a fé cristã. O problema não está na sua propositura, mas no loc onde ela é "metabolizada"; não está, outrossim, nos pressupostos teológicos.
Não pretendo tratar esta questão no campo generalizado e das múltiplas manifestações religiosos ao redor do globo, mas reduzí-lo ao mundo chamado evangélico e, mais pariticularmente, ao mundo protestante, no qual estou inserto (com "s" mesmo). Não nas doutrinas "em si" mas na imposição inquisitória dos que manipulam a verdade como se fosse um objeto para satisfazer interesses que não se encontram nas raízes mais antigas do cristianismo "puro e simples".
Neste modelo as verdades teologais torrnam-se num modo de pensar e não num estilo relacional com Deus. E como elas não são vivenciadas na experiência cristã, deixam de infundir nos seus crédulos a sua mensagm encarnacional, ou seja, a intimidade "mística" com Deus e com o próximo. Assim, o que foi elaborado para criar intimidade com o sagrado e com as pessoas, afasta o seu proponente da pessoalidade relacional a que aquelas verdades se propuseram. Os dogmas se tornam em um "poder fora": visto, crido e absorvida como algo estranho à tranformação do caráter, conquanto enraizado em alguma certeza. É uma verdade insossa, fria e sem conteúdo vivencial. Esses adoradores se tornam, assim, muito religiosos e, também, frios, críticos, túgidos, amargos, acusadores. e enfim enfim em "ovelhas doentes". Por esse processo, o que deveria curar e libertar se torna em "verdade que envenena e mata".
Neste modelo as verdades teologais torrnam-se num modo de pensar e não num estilo relacional com Deus. E como elas não são vivenciadas na experiência cristã, deixam de infundir nos seus crédulos a sua mensagm encarnacional, ou seja, a intimidade "mística" com Deus e com o próximo. Assim, o que foi elaborado para criar intimidade com o sagrado e com as pessoas, afasta o seu proponente da pessoalidade relacional a que aquelas verdades se propuseram. Os dogmas se tornam em um "poder fora": visto, crido e absorvida como algo estranho à tranformação do caráter, conquanto enraizado em alguma certeza. É uma verdade insossa, fria e sem conteúdo vivencial. Esses adoradores se tornam, assim, muito religiosos e, também, frios, críticos, túgidos, amargos, acusadores. e enfim enfim em "ovelhas doentes". Por esse processo, o que deveria curar e libertar se torna em "verdade que envenena e mata".
Jesus nunca criticou os religiosos de sua época por nenhum dos seus conceitos ou doutrinas sobre Deus, mas no quê eles os transformaram; no como deglutiram as verdades de Moisés e de como eles as transformaram em ferramentas de morte para si mesmos e para os ourtros. Entre o os seus corações e a verdade havia um muro intransponível, sob a sombra do qual poderiam fazer qualquer coisa em nome da verdade. Daí a sua recusa em aceitar aquela doutrina divina viciada por uma prática demoníaca: O local da controle da fé estava na "letra que mata" e não dentro do coração que ama e perdoa.
Tomo como ilustração, para explicar o que está em epígrafe, o caso da "mulher adúltera", narrado por João, no seu evangelho. Alí, Jesus não criticou o mandamento bíblico do apedrejamento e nem, muito menos, a prática do mesmo. O que ele queria era que aquela verdade fosse filtrado "dentro" dos fariseus; que aquela decisão fosse tomada não pelo o loc externo, mas que passasse, primeiramente, pelo tribunal da alma, onde as verdades fazem a diferença e mudam os destinos. O Local do verdadeiro poder não deve estar isolado e "fora" daquele crê, mas "dentro" do seu postulante. A verdade conceitual do mandamento independe de que crê, mas o seu poder libertador, na vivência de quem o pratica. "Conhecer", no evangelho de João, é muito mais do que uma acepcão mental, é uma experiência encarnacional com o quê do que se crê. É nesse sentido que João afirma categoricamdente:"..e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará...".
Essa religiosidde cujo o loc é externo domina, geralmente, gente de consciência insegura, subjugada pela crença de influências externas e, não raro, inconscientes quanto ao controle interno das manifestações pensênicas em todos os setores de sua vida. E é exatamente aqui que se encontra o fator poderoso que corrompe "tudo aquilo que é verdadeiro, que é puro, que é justo e bom". Torna distante aquilo em que há vida, graça, beleza, arte, perdão e amor. Esse tipo de gente não consegue pensar por si mesma, a partir de "dentro" de suas convicções.
O que Jesus propõe, por exemplo, não é "não adulterar", como queria os judeus, mas é não pensar no adultério. Aqui está o centro mesmo da religião do loc interno, ou seja,uma decisão tomada como uma verdade teologal que está dentro e, para ser tomada como verdade inteira, dever passar pelo potencial crítico da verdade em que se baseia suas atitudes. A outra, a do loc externo, não avalia a sua prática a partir daquilo que produz vida, mas em algum dever que carece ser cumprido. É possível que, agindo assim, o praticante dessa orientação, atribuirá a si o sucesso da eliminção do mal que está " fora" . Cumpre o que o loc controlador externo exige: a uma falsa sensação de que está tudo certo diante dos homens, do mundo e de Deus por cumprir as exigências de uma falsa fé em que, muitos vezes, atirar pedras poderá transformar corações.
Cícero Brasi Ferraz